Sincronicidade (do grego syn, junto, e chronos, tempo) é a designação de Jung para um princípio que deveria explicar a relação significativa mais acausal de acontecimentos, a “coincidência significativa” de dois ou mais fatos. Se aceita a hipótese, a adoção de uma função psi - que tornaria possível uma explicação causal torna-se supérflua. A hipótese foi desenvolvida por Jung num trabalho conjunto com o físico Woltgang Pauli (1900-1958).
Jung distingue três categorias de sincronicidade:
1 ) coincidência de um estado psíquico do observador com um acontecimento objetivo simultâneo, que corresponde ao estado psíquico, sem que se possa pensar em uma relação causal;
2) coincidência de um estado psíquico com um acontecimento exterior correspondente, de que o sujeito não tenha conhecimento;
3) coincidência de um estado psíquico com um acontecimento futuro.
Essas coincidências se compõem de dois aspectos:
1 ) uma imagem inconsciente torna-se consciente; essas imagens são diretas, quer dizer, reproduzem diretamente o acontecimento exterior, ou são indiretas, simbolizam o acontecimento. Segundo Jung, a maior parte das imagens são de natureza arquetípica. A esse tornar-se consciente corresponde;
2) o acontecimento exterior.
Com a hipótese da sincronicidade, Jung tenta compreender não apenas manifestações paranormais em sentido estrito, mas também a astrologia e a clarividência. Nas reflexões de Jung a respeito da sincronicidade, conceitos como o “pleroma gnóstico” desempenham também um papel: pleroma significa no gnosticismo o lugar de Deus e de todas as revelações; se se concebe um espaço intermediário, nem psíquico, nem físico, pode-se entender os fenômenos de sincronicidade como uma participação do espiritual e da realidade exterior nos acontecimentos desse mundo intermediário...
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